sábado, 12 de julho de 2008

SUAR EM BICA

Se é verdade que o comportamento pode reduzir o ritmo ao qual absorvemos calor do meio circundante, o calor produzido pelo próprio corpo tem de ser eliminado. A pele é, nos seres humanos, o principal órgão termorregulador. O calor gerado pelo músculos e outros órgãos internos é levado pelo sangue para a pele, onde o calor eliminado é regulado variando a quantidade de sangue que circula pela rede de finos vasos sanguíneos logo abaixo da superfície da pele. Uma subida da temperatura do corpo produz uma dilatação desses vasos sanguíneos e desvia sangue quente para mais perto da superfície da pele, aumentando a perda de calor. Isso explica o rubor da pele quando temos calor. Pelo contrário, quando a temperatura do corpo cai, os vasos sanguíneos superficiais contraem-se e o sangue é preferencialmente canalizado para vasos mais profundos, de modo a que o calor seja conservado. O sistema termorregulador do corpo é simplesmente uma versão mais sofisticada do sistema de refrigeração do motor de um carro, com o coração a cumprir as funções da bomba de água, o sangue a fazer de líquido refrigerador e a pele de irradiador.
O calor perde-se através da pele por meio de quatro processos: irradiação, condução, convecção e evaporação do suor. Em repouso, com o ar parado, a irradiação é responsável por cerca de 60% da perda de calor, contribuindo a convecção e a condução para cerca de 20% ( ou mais se houver vento ). Desde que a temperatura da pele seja inferior à do interior do corpo, a irradiação, a convecção e a condução bastam para arrefecer o corpo. Esses processos permitem que a temperatura central se mantenha, no ar parado, abaixo dos 32ºC.

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