terça-feira, 20 de maio de 2008

EXERCÍCIO FÍSICO E A FADIGA

A fadiga pode ser o resultado de alterações ocorridas nas próprias células dos músculos. Um mecanismo que obviamente produz perda da força é a incapacidade de equilibrar a energia ( isto é, o ATP ) consumida ao contrair o músculo com a taxa de produção de energia. Mas embora os níveis de ATP caiam de facto durante o exercício físico intenso, nunca se esgotam completamente. As células musculares em que os níveis de ATP descem para zero desenvolvem rigidez, a contractura muscular que causa o endurecimento do corpo após a morte. Por mais intenso que seja o exercício físico, essa rigidez nunca se verifica em vida. Talvez a fadiga deva então ser vista como um mecanismo de defesa que obriga os músculos a parar antes que os níveis da ATP desçam o ponto de pôr em perigo a sobrevivência.
Qual é então a causa da fadiga muscular? Parece que existem dois mecanismos principais, envolvendo ambos os iões de cálcio que desencadeiam a contracção dos músculos. Em resposta a uma contracção prolongada, a quantidade de cálcio que é libertada das reservas intercelulares do músculo desce gradualmente, de modo que a contracção é estimulada de forma menos eficaz. Um outro mecanismo parece ser responsável pela fadiga produzida por contracções curtas e repetidas. Neste caso, as reservas do músculo cansam-se de produzir cálcio. Por que razão isso acontece ninguém sabe ao certo, mas pensa-se que se prende com a acumulação de produtos derivados da síntese metabólica que ocorre durante a actividade física intensa. Esses produtos também inibem a força com a qual as proteínas contrácteis produzem vigor. Quando o glicogénio dos músculos se esgotam, há exaustão em provas de resistência, sentimo-nos sem forças e as nossas pernas parecem de chumbo. O metabolismo da gordura não consegue fornecer ATP ao mesmo ritmo que a oxidação do glicogénio dos músculos.
A subida da temperatura do corpo também causa fadiga. Para terminar, a fadiga e a falta de força muscular também ocorre quando há lesões nos tecidos. O músculo exercitado em excesso fica inflamado, inchado,o que reduz a sua capacidade de gerar força. Por estranho que pareça, o factor que limita o consumo de oxigénio pelos músculos não é a capacidade da árvore respiratória, ou a aptidão dos músculos para extrair oxigénio do sangue; é a taxa à qual o coração bombeia sangue para todas as partes do corpo.

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